Em 25 de abril de 2016, um segmento do The Noite do SBT, que deveria ser apenas mais uma brincadeira de estúdio, transformou‑se em um episódio controverso quando Otávio Mesquita, pendurado de ponta‑cabeça e fantasiado de Batman, teria tocado Juliana Oliveira de forma violenta e sem consentimento. Quase nove anos depois, Juliana formalizou denúncia de estupro junto ao Ministério Público de São Paulo, levando à instauração de inquérito pela Polícia Civil. O apresentador nega as acusações, Danilo Gentili e o SBT se pronunciaram, e a batalha de versões agora se desenrola em ações judiciais e no debate público sobre consentimento e omissão institucional .
1. Um quadro que virou pesadelo

Naquela noite, o cenário já iluminado pelo letreiro de neon de The Noite acentuava o clima de descontração. Otávio Mesquita entra em cena pendurado por um cabo e, segundo Juliana, em vez de apenas receber ajuda para se desmontar, teria passado a mão em suas partes íntimas e a agarrado com força, simulando um ato sexual diante da equipe e da banda Ultraje a Rigor .
2. O silêncio que perdurou

Apesar de relatar o episódio à produção na época, Juliana afirma ter sido isolada e até impedida de falar sobre o ocorrido. Somente em março de 2025 ela reuniu coragem para protocolar representação criminal no MP‑SP, alegando “atos libidinosos com emprego de força física” .
3. A denúncia ganha força

A representação foi recebida pelo MP‑SP em 27/03/2025 e, poucos dias depois, a promotoria requisitou à Polícia Civil de São Paulo a abertura de inquérito . Em 17 de abril, o 7º Distrito Policial de Osasco oficializou as investigações, reunindo depoimentos e imagens do estúdio para entender o que realmente ocorreu .
4. Defesas e contradições

- Otávio Mesquita alega que tudo foi “brincadeira combinada” e que Juliana busca atenção depois de sua saída do SBT; promete ação por danos morais .
- Danilo Gentili divulgou áudios e prints defendendo ter apoiado Juliana na época e proibido Mesquita de retornar ao estúdio a seu pedido .
- SBT, em nota oficial, afirmou ter tomado providências internas quando soube do ocorrido, sem detalhar quais medidas foram adotadas .
- Juliana Oliveira quebrou o silêncio em vídeo, reclamando da demora institucional e afirmando que sua experiência reflete a dificuldade de vítimas em serem ouvidas .
5. O próximo capítulo

Com o inquérito em curso, o desfecho dependerá de perícias, depoimentos e, possivelmente, de imagens internas do estúdio. Além da esfera criminal, as ações por danos morais e a repercussão midiática continuarão a moldar o debate sobre consentimento em programas de auditório e a responsabilidade de emissoras na proteção de seus profissionais.
Aviso: este texto aborda temas sensíveis, como violência sexual. Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda, ligue 180 ou procure serviços de apoio.